Os profissionais da fisioterapia da UTI neonatal do Hospital Tacchini desenvolveram um estudo científico, o qual foi publicado no Journal of Neonatal-Perinatal Medicine, revista norte-americana especializada em cuidados neonatais. O estudo, que começou a ser desenvolvido em 2019 na UTI Neonatal do hospital, descreve uma intervenção inovadora e de baixo custo para melhorar o suporte respiratório não invasivo em recém-nascidos. O foco principal da pesquisa foi o controle da umidificação e temperatura dos gases administrados durante a ventilação não invasiva, uma medida que trouxe resultados significativos no tratamento dos pequenos.
Este artigo foi escrito em parceria com os médicos Sérgio Tadeu Martins Marba e Guilherme Sant’Anna, reconhecidos mundialmente por suas contribuições à neonatologia. A pesquisa destaca a importância de ajustes finos no processo de ventilação mecânica não invasiva, especialmente em países em desenvolvimento, onde tecnologias mais avançadas nem sempre estão acessíveis.
Durante o suporte respiratório não invasivo, a administração de gases com altas taxas de fluxo requer um condicionamento adequado para evitar complicações nas vias aéreas superiores dos recém-nascidos. O estudo incluiu um total de 128 neonatos. Destes, 63 foram tratados sem o controle preciso de temperatura e umidade e 65 com esse controle aprimorado.
Os resultados mostraram uma redução significativa nas complicações. As taxas de sangramento nasal diminuíram de 30% para 14%. Além disso, as mudanças no modo original de suporte respiratório também caíram de 14% para 3%, sem necessidade de intubação nos casos tratados com a nova abordagem.
“A intervenção simples e de baixo custo para otimizar o controle da temperatura e umidade dos gases administrados é uma medida viável e eficaz, contribuindo para a redução de complicações como o sangramento nasal em neonatos”, descreve a idealizadora do estudo e líder de fisioterapia das UTI’s neonatal e pediátrica, Karina Segatto.